Com a proposta de ser um evento sobre contas públicas, porém com ambiente aberto de debate a outros setores da sociedade, a Audicon realizou nos dias 24 e 25 de maio o seu Congresso “Contas Públicas São da Nossa Conta”.
Ressaltando esta proposta, o Presidente da Audicon, Ministro Substituto do TCU, Marcos Bemquerer, evidenciou a relação de contas públicas com os serviços públicos, com a dinâmica eleitoral e com a credibilidade do brasileiro a respeito das instituições.
Justamente em sua palestra de abertura, o Ministro do STF Luiz Roberto Barroso assinalou: “O Brasil vive um processo de desconstrução criativa, onde o antigo sistema teima em sobreviver, o velho ainda está presente, mas o novo ainda não está suficientemente desenhado”.
Sempre com mesas moderadas e presididas por Conselheiros e Ministros Substitutos, os painéis do primeiro e do segundo dia do evento realizado no Instituto Sezerdello Correa, do TCU, procuraram proporcionar uma visão mais completa das funções do controle externo sob o ponto de vista de serviço para a sociedade.
Como comentou a jornalista da Globo News e Jornal “O Estado de São Paulo, Eliane Cantanhede, “o Brasil não é mais o mesmo depois da Operação Lava Jato, e temos que ficar atentos e mobilizados para que quem sempre se considerou dono do Estado não ganhe a luta política como ocorreu na operação “Mani pulite” na Itália.”
Essa ideia de que o Estado brasileiro precisa se modernizar, tornar-se mais transparente e ter uma relação mais isonômica com todas as camadas da população perpassou boa parte dos pronunciamentos e opiniões ao longo das trocas de ideias.
Cristiano Ferri, idealizador do Laboratório Hacker da Câmara dos Deputados, e um dos maiores especialistas em Governo e Parlamento Aberto no Brasil, ressaltou que boa parte das instituições públicas precisam estar mais preparadas para acolher os cidadãos através das plataformas digitais, apontando o que chama de possível “democracia líquida”.
O Ministro e Vice Presidente do TCU José Múcio sublinhou que as cortes de contas estão tentando acompanhar o ritmo de mudanças, seja com lançamento de aplicativos, com auditorias mais rápidas, mas ao mesmo tempo preocupados com a guerra de informações e antagonismos, o que abre muito espaço para as chamadas “fake News”.
O especialista em marketing digital e marketing político, Marcelo Vitorino, concordou: “Muitos acreditam que a internet é terra de ninguém, que é um ambiente de vale tudo. É fundamental que nestes ambientes também tenhamos a mesma obrigação de identificação que temos no mundo off-line”.
Durante o evento foram lançados novos livros da parceria Audicon – Editora Fórum, ampliando a bibliografia técnica e profissional do setor de contas públicas. Trata-se de algo fundamental para gerar parâmetros, consultas e referências para orientações das cortes de contas, para decisões e bases de orientação.
O evento teve como palestra de encerramento a participação do jornalista e apresentador Marcelo Tas, com uma história de ativismo social e político, seja na juventude, seja na sua vida artística, sempre com foco de formação de crianças e adolescentes, e de visão crítica sobre a realidade brasileira. Marcelo Tas fez uma exposição do que enxerga como a sociedade em rede, que sempre existiu, mas ganhou força e velocidade inesperada com o mundo digital e que assim, exige das autoridades, uma visão de maior alcance para incluir os jovens na cidadania brasileira.
Com a realização do evento está lançada a Campanha “Contas Públicas São da Nossa Conta”, iniciativa da Audicon, cuja ideia é incentivar o monitoramento social e estimular as pessoas a procurarem formas de acompanhar os gastos públicos.
Fonte: Audicon
Faça um comentário